segunda-feira, 7 de março de 2011

A CASA ONDE NASCEU O POETA JOSE DE ARIMATEIA


Foi nesta humilde casa que nasci! Também foi nela que pude aprender o siguinificado do verdadeiro amor entre pais e filhos.Enfim nesta mesma casa, meus pais tiveram 20 filhos, hoje 17 vivos. Somos o seguimento do ensinamento da vida de Jesus Cristo. Assim como José e Maria tiveram o mais puro amor por seu filho Jesus, meu pai e minha mãe, apesar das dificuldades da época, tiveram a dignidade e a humildade de nos criar dentro de suas possibilidades, além de nos dar o verdadeiro amor de pai e mãe, e ainda nos criou dentro do cristianismo.
Hoje temos muito que agradecer minha mãe pela guerreira que sempre nus ensinava o caminho da verdade. Depois que fui pai, foi que percebi o significado da responsabilidade de manter e educar os filhos.
Desta casa trago belíssimas lembranças! Como exemplo, em seu terreiro eu com meus irmãos brincávamos de bola de gude de pega-pega e outras brincadeiras. Cada cômodo tem um grande significado para cada irmão meu. Foram em seu terreiro onde dei meus primeiros passos. O tempo foi passando, e tive que deixá-la, indo morar em Cidade distante. Décadas depois, meus pais com meus irmãos, também tiveram que deixá-la. Hoje ela se encontra no total abandono pelos seus, e pelo próprio destino. Também foi em volta desta humilde casa onde meu pai como humilde agricultor braçal tirava através da terra o sustento da família. Meu pai também foi um grande professor para mim e para meus irmãos. Ele nos ensinou a importância da semeação, lançar a semente sobre a terra, e esperar brotar e dar frutos para nos servir de alimentos. Foi através destes ensinamentos que tivemos a noção e a grandeza de Deus diante dos homens e da natureza. Voltando a falar na casa que tanto nos protegeu da chuva, do vento e do ar. Como reconhecimento, retrato o seu verdadeiro abandono em versos.

Sinto uma grande tristeza
Em te vê-la abandonada
Tristonha tão desprezada
Como a própria natureza
Foste rica de beleza
Deixada no esquecimento
Sofrendo grande tormento
Com figura de choupana
Sem uma presença humana
Castigada pelo vento.

Casarão solitário sem ninguém
Seus herdeiros estão não sei a onde
A coruja com medo se esconde
Quando nota a chegada de alguém
Quem já teve de tudo hoje não tem
A visita se quer de um descendente
Só existe ruína atualmente
Num castelo que foi desmoronado
No alpendre do casarão abandonado
Um passado feliz marcou a gente.

Este é o desabafo do único poeta que nasceu sobre seu esteio.
Poeta: jose de Arimateia.

domingo, 6 de março de 2011

A TRAJETÓRIA DE UM POETA



Eis me aqui para contar em versos e poesias a minha verdadeira trajetória.
Foi la pelos anos de 1970 que despertei que eu tinha a veia poética. Certo dia um parente meu estava lendo um livrinho de cordel e fiquei muito interessado de saber quem seria o autor daquela historia tão penosa. Meu parente respondeu, é do Patativa do Assaré, a triste partida. Em seguida me mostrou uma caixa de sapatos cheia de cordéis.
Havia Zé da luz, Zé Limeira, Cego Aderaldo, Pinto do Monteiro, Pavão Misterioso e outros mais. Passei a ler esses cordéis e com muita facilidade decorava-os.
Nisso passei a fazer versos nas bodegas do sitio em que eu morava, para ganhar broas, refrescos, pedaço de rapadura e etc. Meu pai costumava a por roçados grandes, e tinha muitos trabalhadores braçais. Como sempre eu pelo meio dos adultos, aqui, ali. Fazia um verso. Passei a ficar conhecido como o rei da embolada.
Na Escola onde eu estudava o poeta era eu, mandava poemas para meninas, e quando era o tempo das quermesses, eu costumava enviar recados poéticos, para o locutor ler.
Foi quando arranjei minha primeira namorada. Devo dizer que fui inspirado pela própria natureza. O sitio onde eu morava era um verdadeiro Oasis, La havia tudo que um bom caboclo precisava. Eu mesmo fazia minhas arapucas e meus quichós, meus espinheis para pegar meu próprio peixe. Em 1973 fui morar em Fortaleza com uma família maravilhosa, que até hoje sou grato pelo apoio que tiveram comigo. O Sr Edson Milburges Pontes com sua esposa dona Terezita silva pontes colocaram em um dos melhores colégios de Fortaleza, Colégio Santo Inácio.
Já em 1976 fui morar em Recife, La trabalhei de vendedor de porta em porta.
Depois fui trabalhar na casa da Cultura como ascensorista de elevador.
Dois anos depois montei um restaurante, foi quando achei de me casar e construir uma família. Sempre que eu podia escrevia um poema. Participei de varias rodas de poesias, la em Recife eu tinha um grupo de amigos onde me acompanhavam com um fundo musical, as minhas declamações. Hoje só me resta muita saudade daquele povo bacana;
O Chico, Mary, Salete, Salomé, Zé Roberto, Souza, Dona Denise, Babú e o Renê do violão. Eu como sempre era o dono da palavra.
Já em 1999 eu estava separado, ou melhor, solteiro e tomei a iniciativa de voltar para Fortaleza. Lá montei um restaurante em homenagem ao Patativa do Assaré, que acabou virando marca registrada. “RECANTO DO PATATIVA”. Foi ai que veio a idéia de colecionar relíquias, obras dos poetas e escritores famosos. Livros, discos, CDs e reportagens voltadas para Cultura Nordestina.
Nisso um velho amigo, Osvaldo Rodrigues que também é amante da poesia, me apresentou ao jornalista Antonio Viana de Carvalho. O mesmo me convidou para dar uma entrevista em seu programa, na época, na radio Dragão do Mar de Fortaleza.
Lá ele me apresentou ao Prefeito Juraci Magalhães, foi quando o Prefeito se comoveu com minha atitude de defender a Cultura nordestina.
Então ele me levou até o Secretario de Cultura, Prof. Barros Pinho, onde recebi uma quantidade enorme de livros. Daí surgiu à idéia do Jornalista Antonio Viana, em criar um nome para o acervo que foi batizado como Unidade Cultural Patativa do Assaré.
E neste embalo criamos dentro de seu programa o momento Cultural.
Lá nós divulgávamos a verdadeira e autentica Cultura Nordestina.
Nisso os ouvintes do programa doavam relíquias para o acervo. Foi quando já havia mais de oito mil peças, eu não podia pagar o aluguel para manter o acervo, foi quando recorri ao Prefeito de Maracanaú, porque o acervo ficava no conjunto industrial, município de Maracanaú. Por muitas viagens que dei na Prefeitura, o Prefeito na época Julio Cesar Costa Lima ao lado dos seus vereadores, alegaram que não havia verbas destinadas para Acervo Cultural. E ainda teve vereador com a cara de pau para me falar que Cultura não dava voto. Mesmo assim não desisti, passei mais de um ano mantendo o acervo sozinho. Foi quando a TV Verdes mares, uma filial da rede Globo tomou conhecimento desse acervo e foram conhecer o acervo e me entrevistar. Nisso eu já era sócio da “SOPOEMAS” Sociedade dos Poetas e escritores de Maracanaú. Foi na Sopoema que participei de rodas de poesias adquirindo as técnicas literárias. Foi quando conheci os maiores cordelistas do Brasil. Entre eles o Rouxinol do Rinaré, ele foi um grande incentivador para que eu escrevesse um livro, onde eu pudesse relatar o que o Ceara tem de melhor. Um dia fui convidado para participar de uma reunião da Secretaria de Cultura de Maracanaú, onde eles comentavam que criaram uma oficina escola para jovens carentes do bairro da Pajussara. Aquilo me tocou de imediato, pedi a palavra perguntando; vocês conhecem o Acervo Cultural do Patativa do Assaré que fica no conjunto industrial?
A maioria afirmou que sim: Então naquela hora tomei a iniciativa e falei, apartir de hoje o Acervo do Patativa pertence á nova oficina escola! Foi quando todos bateram palmas.
Nisso procurei saber quem era a pessoa responsável pela oficina escola.
Logo apareceu um Cidadão por nome de Carlos castelo, que foi logo perguntando, quando podemos pegar o acervo? Quando quiserem respondi. No dia seguinte chegou uma equipe da prefeitura de Maracanaú com o dito Carlos Castelo, que de imediato levaram todo Acervo Cultural. Dias depois fui convidado para inauguração da oficina escola que ganhou o nome de recanto do Patativa, La fui recebido pelo Prefeito Roberto Pessoa e toda sua equipe, onde fui reconhecido como doador do Acervo Cultural do Patativa do Assaré. Para mim é muito gratificante saber que uma simples atitude pode ajudar muitas crianças carentes a conhecer a sua própria historia e sua Cultura.
No ano de 2.000 eu trabalhava na VIA PIZZA em Fortaleza, quando de repente fui apresentado a uma turista de Goiânia-Go.
A mesma trajando a moda country foi quando seu irmão me convidou a fazer uma poesia a essa dama com um olhar penetrante. Assim tudo aconteceu ao vivo. A mesma pegou meus contatos e passamos a nos corresponder. E assim ela se transformou em minha verdadeira inspiradora. Sempre que eu podia, enviava lhe uma poesia.
No período que eu fazia parte do programa Antonio Viana, fui batizado de Patativa do Ceara. Daí surgiu à idéia de chamar a turista de sabia. Foi quando eu tive a iniciativa de começar a escrever meu livro. Foi quando surgiu uma poesia com 32 estrofes de sete linhas com o titulo, “A Patativa e a sabiá”. Como eu já havia escritos outras poesias, o titulo passou a ser, O Patativa e a Sabia e outras poesias. Mas só em 2006 é que tomei a iniciativa de ir até Goiânia a procura da sabia.
Para matar a curiosidade do leitor, hoje ela é minha verdadeira esposa. A idéia do livro já havia caído no esquecimento, foi quando eu estava trabalhando de garçom em um aniversario de uma senhora de 87 anos, uma pessoa bastante conhecida na mídia Goiana, conhecida carinhosamente de Tia Joana. Sem mesmo eu esperar, me convidaram para subir no palco, e declamar uma poesia, em homenagem a aniversariante.
E assim aconteceu naturalmente. Em seguida fui abordado por dois senhores que logo se identificaram como Antonio Almeida e Waldecy Barros. Os mesmos perguntaram-me, se eu era o poeta Jose de Arimateia. Fui preciso em minha resposta, e foram logo dizendo que era filho da Tia Joana.
Os mesmos puseram a Mão no bolso e cada um me entregou um cartão para que os procurassem na editora “Kelps”
Dias depois apareci na editora “Kelps” onde fui atendido por Waldecy Barros que logo foi me questionando se eu tinha alguma coisa escrita. Nisto eu lhe falei que tinha um livro escrito, só esperando uma oportunidade para ser editado.
Foi ai que ele pediu para eu enviar o que havia escrito para o e-mail da editora, e que dois dias depois eu aparecesse para pegar uma mostra. Resumindo, menos de 30 dias meu livro estava editado pronto para ser lançado.
O que ainda me deixa feliz é que ainda existem pessoas com atitudes tão brilhantes, que para muitos são simples, e pra outros são a verdadeira solução.
Quantas portas de políticos eu tive que bater em busca de um apoio, onde eu pudesse divulgar o meu trabalho como poeta ou como defensor da verdadeira Cultura Brasileira.
Como havia dito o Jornalista Wlisses Aesse que prefaciou o meu livro. O que mais vejo no Brasil é que existem tantas pessoas de talentos que a sociedade em geral não enxerga e não vê porque estão cegas no limite de suas incompreeções dos que buscam na pedra monetária a salvação dos pecados.
Felizmente como Deus sabe das coisas, me mostrou dois homens generosos que se compadeceram e abraçaram minha causa, e acreditaram no meu trabalho como escritor e poeta.