segunda-feira, 12 de setembro de 2011

HOMENAGEM AO JUCELINO KUBITSCHEK


O dia 22 de agosto de 1976 foi particularmente triste para o Brasil. Foi nesta fatídica data, precisamente no quilômetro 165 da Via Dutra, próximo a Resende (RJ), que um acidente automobilístico tirou a vida de Juscelino Kubitschek de Oliveira e de seu amigo e motorista Geraldo Ribeiro. O País mergulhou em um profundo pesar, ciente de que perdera um de seus homens mais ilustres e queridos.
Mas a tristeza da perda de Juscelino rapidamente se converteria em orgulho. Afinal, o Ex-Presidente tinha deixado atrás de si um legado de imensas obras e uma vida de imenso amor pelo Brasil.

Filho de um caixeiro viajante com uma dedicada professora primária, Juscelino nasceu na Cidade mineira de Diamantina, no dia 12 de setembro de 1902. Começou a vida profissional como telegrafista, mas logo iniciaria seus estudos na Faculdade de Medicina de Minas Gerais. Especializou-se em urologia na França, retornando ao Brasil em 1931. Trabalhou na Polícia Militar de Minas Gerais, chegando ao posto de Coronel-médico e no mesmo ano casou-se com Dona Sarah Luza Gomes de Lemos.
Dois anos depois, em 1933, Juscelino daria início a sua vida pública que o levaria ao cargo de Presidente da República. Dono de uma inteligência brilhante, de uma vasta cultura humanística e um carisma sem fim, Juscelino assumiu o cargo de Chefe de Gabinete do Governador Benedito Valadares, em Minas Gerais.

Em 1934, foi eleito Deputado Federal, mas acabou perdendo o mandato com o advento do Estado Novo em 1937. Juscelino, então, voltou a clinicar e só retornaria a vida pública em 1940, quando foi nomeado Prefeito de Belo Horizonte pelo Governador Benedito Valadares.
Na capital mineira, Juscelino começou a parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer, que após realizar várias obras em Belo Horizonte, inclusive a urbanização da Pampulha, viria a ser um dos principais nomes na construção de Brasília.

Em 1946, JK elegeu-se Deputado à Assembléia Nacional Constituinte e quatro anos depois, em 1950, tornaria-se Governador de Minas Gerais, norteando sua administração pelo binômio "Energia e Transporte".

O próximo passo foi a Presidência da República. Elegeu-se presidente em 1955 e deu início a um estilo de atuação inteiramente novo. Aproveitando seu imenso carisma, Juscelino Kubitschek criou em torno de si uma aura de simpatia e confiança. Seu governo, tendo como base um ambicioso plano de metas, implantou a indústria automobilística e percebendo a necessidade de uma Integração Nacional do Brasil, Juscelino deu início a sua meta mais audaciosa: a construção de Brasília e a transferência da capital do País para o Planalto Central.
Em seu período Presidencial, o país todo conheceu um grande desenvolvimento econômico, em meio à estabilidade política. Após a Presidência, elegeu-se senador por Goiás, mas em 1964 teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos pelo regime militar. A suspensão por dez, ainda que veladamente, a liberdade de Juscelino visitar a capital que construiu, o que o fez mergulhar em uma tristeza imensa. Para seu alívio, Juscelino ainda voltaria a Brasília várias vezes antes de ver sua vida interrompida, aos 74 anos, na Via Dutra.
Caminhar por Brasília ou dirigir por suas largas avenidas é perpetuar a audácia de Juscelino, que moveu a capital do litoral e a trouxe para o meio da aspereza do Cerrado. Com isso, iniciou o processo de redescobrimento do Brasil, visto que, antes de Brasília, dois terços do território Brasileiro estavam virgens da presença humana, um fenômeno batizado pelos sociólogos da época de “vazios demográficos”. Depois de Brasília, o país nunca mais foi o mesmo e sua construção deu início ao processo de desenvolvimento do Brasil.
Assim, da próxima vez que você for à Praça dos Três Poderes, não deixe de ler as seguintes palavras de Juscelino, proferidas em 1956, quando Brasília ainda era pouco mais que um esqueleto em meio à poeira.

“Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões Nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã de meu País e antevejo esta alvorada com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”. A frase é de outubro de 1956. A mensagem, entretanto, continua atual e serve de exemplo para todos os que estão ali, a poucos metros, dentro do Congresso Nacional, traçando os rumos do País. Poucas palavras que resumem a fé e o amor que Juscelino tinha por Brasília e pelo Brasil.