"Nicholas Winton nasceu aos 19 de maio de 1909 na Inglaterra, a sua história é feita de lances incríveis, discreto ele jamais quis ser; visto como herói. Preferiu guardar em segredo o bem que fez. Não disse nem a mulher que tinha salvado a vida de 669 crianças. Ao arrumar o sotóm de casa ela descobriu por acaso um velho álbum de fotos cobertos de poeiras, lá estavam fotos de crianças,
Cartas, telegramas e uma lista com nomes e data. Quando procurou saber, a mulher de Winton descobriu que aquelas fotos eram de crianças que tinham sido salvas por ele.
O que teria acontecido com elas? O que este herói silencioso terá feito? Quando tinha 29 anos Winton viajou para Tchecoslováquia em companhia de um amigo nas férias de fim de ano. Lá ficou impressionado com o clima de medo. Tchecoslováquia já estava sobre o domínio da Alemanha nazista. Winton teve uma idéia, tentar mandar para fora da Tchecoslováquia crianças de família perseguida. Começou escrever por conta própria para vários Países lhes pedindo ajuda. Organizou uma primeira lista de nomes. Somente a Inglaterra e a Suécia aceitaram receber aquelas crianças.
Winton organizou a viajem, era uma decisão difícil. Para escapar do horror nazista as crianças teriam que ser mandadas para longe dos pais. As crianças que partiram para um lugar seguro, a Inglaterra, não sabiam, mas jamais veriam os pais de novo. Os pais, maioria judeus, morreriam nos campos de concentração nazistas.
Se é verdade que quem salva uma vida salva a humanidade, o que dizer de quem salva 669 vidas? Quando as crianças desembarcaram na Inglaterra lá estava Nicholas Winton esperando por elas. Winton só lamenta que o último trem que traria 250 crianças não tenha conseguido sair da Tchoslovaquia, o início da guerra 1º de setembro de 1939 tornou a viagem impossível, nenhuma das crianças que não conseguiram embarcar sobreviveu, também foram mandadas para os campos de extermínio.
Winton se alistou na força área, as crianças que tiveram tempo de embarcar para Inglaterra na caravana organizada por Winton, foram encaminhadas para casas de família e para abrigos. Winton nunca falou sobre o que tinha feito, espalhadas por vários países as crianças cresceram sem ter notícias do bem feitor. O bem que Winton fez rendeu frutos (Escritoras, engenheiros biólogos, cineastas, construtores, guias turísticas, jornalistas). As crianças salvas por Winton tornaram-se adultos generosas.
Desde que a história de Winton se tornou pública ele começou a receber todo tipo de homenagem, a Rainha da Inglaterra chamou ao palácio para entregar uma condecoração, o governo da Republica Tcheca fez uma grande homegem, o Presidente dos Estados Unidos mandou uma carta de elogios e agradecimentos.
Mas, o agradecimento mais comovente veio daqueles que Winton salvou da morte certa, um programa da TV inglesa encheu um auditório de sobreviventes que foram salvos por ele quando eram crianças, mas nunca o tinha encontrado, primeiro a apresentadora avisa que a mulher sentada ao lado tinha sido uma das crianças que ele salvou. A apresentadora pede quem na platéia teve a vida salva por Nicholas Winton fiquem de pé, por favor. O agradecimento vem em forma de aplausos demorados, e lágrimas.
Tanto tempo depois só havia uma palavra a dizer a ele obrigado. O que é que o herói discreto tem a dizer sobre o que fez, aos 98 anos de idade, Nicholas Winton, deu esta entrevista ao fantástico, em casa, longe da agitação das grandes cidades, no interior da Inglaterra, tudo o que quer é cuidar do jardim.
Usa o tempo livre para ajudar um asilo.
Quando o jornalista perguntou a ele, porque o Sr. guardou o segredo por tanto tempo? Sua resposta, não é que eu tenha ficado em silêncio, o que aconteceu é que eu não tinha o que dizer sobre o que fiz.
O Sr. se considera um herói? Ele respondeu, não me vejo como herói, para ser herói alguém precisa fazer algo de perigoso, não fiz, o que fiz, foi algo que os outros achavam impossível mas eu tinha que tentar para ver se era possível ou não.
Mas fazer algo que todos consideravam impossível não é um ato heróico?
Não é um ato heróico, meu lema é se algo não é obviamente impossível então deve haver uma maneira de fazer.
Como poeta ou como cidadão comum fico imaginando que no século XX, apesar das guerras que abalaram com o nosso planeta, ainda surgiu uma pessoa com o coração tão solidário que foi Nicholas Winton; que as pessoas do século XXI procurem tomar atitudes como a de Winton. Que todos possam aplaudir esse herói anônimo, salvou 669 crianças e mesmo assim se manteve em silêncio.
Esse sim é digno de receber os mais sublimes aplausos".
José de Arimatéia Poeta e Escritor
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