quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

QUANDO EU NASCI


Numa tarde calma e fria
Mamãe sentiu uma dor
Seu peito triste chorou
A dor de uma melancolia
Seu coração que batia
Feito um sino na capela
Jesus ao redor dela
Vendo aquela cena brilhante
Depois de alguns instantes
Nascia o Arimateia.

Meu pai estava trabalhando
Lá pra banda do serrote
Mais quando soube da noticia
Deu logo quatro pinotes
E desceu de serra abaixo
Pra saber se o cabra era macho
Pra provar do seu chicote.

Quando foi chegando em casa
Deu logo graças a Jesus
Obrigado Meu Senhor
Minha esposa deu a luz
E um menino nutrido
E vai ser muito sabido
Por ele vou fazer juz.

O tempo foi se passando
E eu crescendo ligeiro
O meu pai muito contente
Com a chegada do herdeiro
Falou com um tom de fé
Seu nome vai ser José
Em homenagem ao padroeiro.

Depois de alguns tempos
Meu pai me deu uma enxada
Pra mim era uma festa
Já no meio da negrada
Eu fazia uma festança
Parecia o rei da França
Escutando uma embola.

Um dia um parente meu,
Por nome de Chico Bento,
Em direção ao roçado
Montado em seu jumento
Com um livrinho na mão
Cantando uma canção
Naquele exato momento.

Fiquei muito interessado
Pra saber o autor que é
Daquela canção penosa
Escrita com tanta fé
Também muito comovida
Pois era triste partida
De patativa do assaré.

Hoje declamo meus versos
Com grande satisfação
Pra mostrar ao mundo inteiro
A história do sertão
Através de Antonio Viana
Com a sua vós humana
No programa da dragão.

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